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Inteligência Existencial e o poder da autoconsciência no ambiente de trabalho

De acordo com dados da Secretaria Especial de Previdência do Trabalho, o número de afastamentos decorrentes de transtornos mentais chegou à marca de 576 mil casos em 2020

As Olimpíadas de Tóquio trouxeram inúmeras histórias marcantes. Desde as competições acirradas pelo pódio até a coroação dos esforços com a entrega das medalhas, pudemos acompanhar casos de superação de diversos atletas sobre-humanos, que treinam, por muitas vezes, uma vida inteira para chegar ao topo de suas modalidades. Com a pandemia, esses esforços tiveram que ser redobrados, tanto no campo físico quanto no mental, seja pelo isolamento social, falta de investimentos ou pela pressão imposta por fãs, treinadores ou pelos próprios atletas.

No entanto, entre todas as histórias de superação e vitória, foi uma  desistência que ganhou os holofotes em Tóquio e fez o mundo repensar quais são os verdadeiros requisitos, não só para um atleta, mas para qualquer profissional de alta performance.

Simone Biles, o maior nome do mundo na Ginástica Artística e ganhadora de 25 medalhas em Campeonatos Mundiais, surpreendeu a todos quando anunciou que iria se retirar da final por equipes da ginástica artística e, novamente, quando optou por não competir na final individual geral da ginástica. A sábia decisão da jovem atleta foi tomada em razão da sua saúde mental. Desde sua apresentação, no início da competição, foi possível perceber que ela não demonstrava o mesmo desempenho de sempre e que algo poderia estar acontecendo com ela. Admitindo a pressão que sofria, Biles deixou claro que o último ano havia causado um grande impacto sobre ela e que já não estava vendo o esporte como algo divertido.

O assunto ganhou grande destaque na mídia mundial e acendeu um debate sobre a importância do autoconhecimento e sobre a definição de limites na vida de atletas e outros profissionais de alta performance, para o cuidado com a saúde mental no ambiente de trabalho. Afinal, todos nós estamos vivemos em uma sociedade que nos cobra respostas imediatas e um rendimento constante de bons resultados. Mesmo na pandemia, muitas pessoas têm dificuldade de encontrar um espaço de respiro em suas rotinas diárias. O home office que muitos acreditavam que iria melhorar a qualidade de vida do trabalhador, acabou elevando as demandas e deu fim ao horário de trabalho pré-definido. Quem entrava no serviço às 8h da manhã, está batendo ponto às 9h da noite.

De acordo com dados da Secretaria Especial de Previdência do Trabalho, o número de afastamentos decorrentes de transtornos mentais chegou à marca de 576 mil casos em 2020. É um aumento de 26% em comparação ao ano anterior. Essa informação ressalta o impacto da pandemia na vida dos profissionais.

Pensar no trabalho como esse cenário alarmante também não significa excluir pessoas que ocupam cargos hierárquicos mais elevados. O que vejo no meu dia a dia são muitos chefes, diretores e CEOs que também sentiram o impacto da pandemia em suas costas. A reorganização da rotina de trabalho e a responsabilidade de manter seus negócios funcionando no meio de uma crise de saúde mundial e com a economia em queda foi um ponto marcante na vida de todos eles. Mais do que não deixar a peteca cair, esses profissionais precisam gerir equipes inteiras e obter excelentes resultados, para que as empresas continuem crescendo, agora, em um ambiente novo, o virtual.

Por serem referência em suas respectivas instituições, os cargos mais elevados também servem (ou deveriam servir) como o ombro amigo de seus funcionários, sendo responsáveis por assimilar queixas e sugestões, bem como manter o ambiente o mais propício possível para o bem-estar deles.

Esses chefes e CEOs podem não estar saltando ou fazendo acrobacias em pleno ar, mas tem muito o que aprender com Simone Biles. A ginasta não ganhou tantas medalhas quanto gostaria, mas se mostrou uma atleta de ouro no campo da Inteligência Existencial, que trata da capacidade de um indivíduo de identificar desequilíbrios, seja no corpo, na mente ou no espírito, e em seguida, se restaurar ao estado pleno. A coragem de admitir que alcançou um limite é algo que não é incentivado em nossa sociedade e que muitas vezes pode ser taxado como um erro. Essa é uma visão doentia, que leva muitas pessoas com grande potencial a cometerem erros que vão ficar marcados para sempre suas carreiras, ou resultam na perda de produtividade, o famoso burnout.

Mais do que alto rendimento e dedicação, os atletas e trabalhadores precisam ter o corpo e a mente alinhados e nós, como sociedade, precisamos aprender a olhar para eles com mais empatia.

Por Wilson C. MonteiroTrainer internacional e CEO do Meu Recall

 

Fonte: https://www.mundorh.com.br/inteligencia-existencial-e-o-poder-da-autoconsciencia-no-ambiente-de-trabalho/

 

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