O período pandêmico trouxe consequências relevantes para o dia a dia dos profissionais, exigindo mudanças de hábitos e a adaptação a novos formatos de trabalho
Ana Luiza Milan é cofundadora e Head de Projetos na Receiv, sistema de cobrança inteligente. Psicóloga, com especialização em Administração de Recursos Humanos
O Brasil está enfrentando o segundo ano da pandemia de Covid-19. No contexto empresarial, em que diversas organizações tiveram de reformular processos e adequar métodos de trabalho à necessidade de reclusão, visto a implementação de medidas de isolamento social, ainda se mostra extremamente relevante o debate acerca da saúde mental dos colaboradores. Não há como desconectar a influência de uma condição psicológica estável e saudável à produtividade que o profissional apresentará em seu cotidiano operacional.
Mudanças surgiram em decorrência desse momento atípico e continuarão desafiando gestores e suas equipes internas. O diferencial, sem dúvidas, está na forma como as pessoas se comportam diante situações adversas, bem como à urgência por mais flexibilidade. Isso posto, é de suma importância que pensemos em medidas capazes de preservar a sanidade de todos, sem distinções.
Saúde mental é fator estratégico para lideranças
Em uma pesquisa recente publicada pela Amcham Brasil, indicou-se que cerca dos 49% dos líderes corporativos entrevistados colocaram a saúde mental dos profissionais, de todos os departamentos, em um estágio elevado de preocupação. No estudo, destacou-se o aumento em quadros de depressão como fator primário para que cada vez mais figuras de liderança se atentem à questão em nosso país.
Certamente, essa é uma tendência que vai além de modismos ou estratégias passageiras, trata-se de um dos grandes pilares para que a gestão de pessoas aconteça de forma adequada, a modo que as pessoas sejam valorizadas. Em um cenário pandêmico, é pouco provável que assuntos externos permaneçam alheios à atuação de qualquer um de nós, ainda mais se tomarmos como parâmetro a adoção repentina e quase obrigatória de novos modelos de trabalho, como o home office e outros sistemas híbridos.
Sob a ótica das empresas, é essencial a execução de iniciativas que promovam um clima organizacional inclusivo e, principalmente, conectado à realidade apresentada por cada um dos colaboradores. Dentro dessa proposta, a comunicação exerce uma função primordial, na medida em que deve ser conduzida com clareza, deixando todos alinhados sob o mesmo objetivo, sem a presença de ruídos.
Esse senso de coletividade, encabeçado por uma liderança consolidada, traz equilíbrio e ilustra um sentimento positivo de que todos estão caminhando em harmonia para que períodos de crise sejam superados. Além disso, o profissional terá tranquilidade para identificar suas maiores prioridades, da vida particular à participação em seu cotidiano corporativo.
Contexto financeiro traz novos elementos
Em termos gerais, o tópico abordado nesse artigo já é bastante sensível, afinal, estamos lidando com seres humanos, no contexto de uma das crises sanitárias mais graves na história do Brasil. Levando a reflexão para departamentos financeiros, surgem variáveis que só alimentam um espaço repleto de incertezas, cuja pressão é rotineira e sentida pelas equipes atuantes. Nesse sentido, é preciso garantir que as melhores ferramentas analíticas estejam à disposição dos envolvidos na área, otimizando as etapas de tomadas de decisão.
Para encerrar, entendo que a busca por mais serenidade no ambiente corporativo é um dever condizente com os tempos atuais. Pensar em ações compatíveis com o bem-estar dos colaboradores não pode ser um ato secundário ou até mesmo postergável. Ao investir na saúde mental de seus profissionais, a empresa abre portas para diversas oportunidades de melhoria, estimulando a produtividade e o engajamento de todos.
Fonte: https://www.mundorh.com.br/aspectos-psicologicos-e-saude-mental-cuidados-e-mudancas/