Autocompaixão e cuidados com a saúde mental das mulheres é a saída para enfrentar a crise atual no ambiente corporativo e desenvolver ambientes mais seguros emocionalmente
A pandemia do novo coronavírus desencadeou uma série de mudanças em todos, principalmente nas mulheres, que com o acúmulo de tarefas grande parte delas passou a sofrer uma espécie de fadiga pandêmica, o que impacta diretamente na forma de trabalho e na liderança de suas equipes.
De acordo com a especialista em desenvolvimento humano e fundadora da TGI Today, Ligia Costa, as mulheres estão cada vez mais presentes em diversos tipos de atividades e com responsabilidades maiores, seja no pessoal ou profissional. É preciso atentar-se a saúde mental e como cada um delas pode lidar com a rotina exaustiva. “Podemos dizer que as mulheres em posição executiva são o futuro da liderança colaborativa e inclusiva, e já levantamos um alerta para o cuidado da saúde mental e da motivação delas porque sabemos que as habilidades femininas são muito importantes para desenvolver ambientes seguros emocionalmente.”, explica.
Com o teletrabalho, as rotinas de afazeres domésticos e corporativos se misturam todos os dias, principalmente para o público feminino, e dados do relatório da Sempreviva Organização Feminista (SOF) e da Gênero e Número, divulgado em outubro de 2020, revelam que metade das mulheres ainda precisou assumir a incumbência de cuidar de algum familiar durante a pandemia. “Todos esses fatores podem dificultar o sucesso corporativo do público feminino, levando a queda de produtividade e demissões.”, contextualiza Ligia.
No terceiro trimestre de 2020, o Brasil registrou 8,5 milhões de mulheres a menos na força de trabalho, na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados do IBGE, colhidos na Pnad Contínua, divulgado em fevereiro de 2021. O levantamento ainda revela que a taxa de participação das mulheres na força de trabalho também diminuiu: ficou em 45%, 14% menos do que em 2019. A retomada (tímida) do mercado de trabalho vista no segundo semestre privilegiou postos ocupados por homens. “As mulheres possuem habilidades naturais como escuta ativa, empatia e flexibilidade, e são comprovadamente mais inclusivas, cuidadosas com rotinas diárias e preocupadas com o bem-estar do time, além de gerar lucro e manter alta performance em suas equipes, por isso queremos que elas sigam firmes em seu propósito”, conta Ligia Costa.
Porém, além de igualdade de gênero, as mulheres tornaram-se figuras importantes no mercado de trabalho. Por meio de estudos, relatórios e muitos anos de experiência, chegamos a conclusão de que o mindset e estilo de liderança mais agressivo, hierárquico e arcaico vem causando doenças mentais em diversos indivíduos, como estresse, ansiedade e burnout, por exemplo. As mulheres são capazes de promover equilíbrio e harmonia essencial para o ambiente corporativo”, comenta Ligia.
Inclusão e diversidade
Segundo pesquisa realizada pela Mckinsey, 60% das mulheres que estão em posição de liderança reconhecem publicamente mulheres negras por suas ideias e ações no trabalho, enquanto apenas 40% dos homens realizam essa ação. Quanto à igualdade de gênero, 42% dos homens apoiam, e 61% das mulheres são favoráveis. Já no âmbito de igualdade de raça o número é de 53%. “Essa é uma pesquisa que revela muito sobre como o olhar das lideranças femininas é diferenciado nesse quesito de incluir gêneros e raças e pessoas no ambiente corporativo. As empresas que desejam ser inclusivas, precisam iniciar pela equidade de gênero em posições executivas. Não adianta abrir comitês, cotas se o viés inconsciente do Boad nem enxerga os benefícios de uma gestão diversa”, comenta Ligia.
Autocompaixão
Uma das principais habilidades que as mulheres precisam trabalhar para permanecerem firmes no ambiente de trabalho é a autocompaixão, que é basicamente entender que está tudo bem falhar, não ser perfeita o tempo todo, e que as dificuldades fazem parte de todos os seres humanos. “Sabemos que não está sendo fácil para mulheres, mas a maioria faz opção de seguir ao invés de desistir, pelo contrário, elas devem primeiro cuidar delas mesmo, de você, investir o tempo, no autodesenvolvimento, meditação, atividade física , em conversas e distrações, pois isso também traz muitos resultados positivos. Está tudo bem, não seremos perfeitas o tempo todo”, finaliza a profissional.
Fonte: https://www.mundorh.com.br/mulheres-sao-o-futuro-da-lideranca-colaborativa-e-inclusiva/