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Depressão no ambiente de trabalho: como detectar e minimizar os casos dentro da empresa?

Existem muitas ações eficazes que as organizações podem realizar para promover a saúde mental no local de trabalho, sendo que elas também podem beneficiar a produtividade.

23 de novembro de 2020

Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) apontam que, para cada US$ 1 investido em tratamento intensivo para transtornos mentais, há um retorno de US$ 4 em melhoria da saúde e produtividade.

Em todo o mundo estima-se que 264 milhões de pessoas sofrem de depressão, com muitas dessas pessoas também sofrendo de sintomas de ansiedade. E um estudo liderado pela OMS apontou que apenas os transtornos de depressão e ansiedade custam à economia global US$ 1 trilhão por ano em perda de produtividade.

Um ambiente de trabalho negativo pode levar a problemas de saúde física e mental. E as empresas que promovem à saúde mental e apoiam as pessoas com esses tipos de transtornos têm maior probabilidade de reduzir o absenteísmo, aumentar a produtividade e se beneficiar dos ganhos econômicos associados. Os que estão com algum tipo de transtorno instalado já estão sendo assistidos, pois os mesmos, já se manifestaram e estão em tratamento. O ponto aqui é os que estão em vias de, estes sim precisam ser detectados, acompanhados e cuidados, para que não se tornem estatísticas. Precisamos estar atentos aos sinais das mudanças físicas, emocionais e comportamentais, medir para gerenciar é a melhor forma de evitar problemas futuros.

Mas como detectar colaboradores com depressão?

O adoecimento mental é o acidente de trabalho que ninguém vê. O time de Recursos Humanos e os gestores têm um papel importante. O mais essencial é ‘ficar de olho’, mas como o RH tem muitas outras funções para desempenhar o melhor é capacitar coordenadores e gestores para reconhecerem algumas mudanças comportamentais destoantes.

Quando deprimida, a pessoa pode apresentar sintomas como alteração do humor, redução da energia e diminuição da atividade. Existe alteração da capacidade de experimentar o prazer, perda de interesse, diminuição da capacidade de concentração, associadas em geral à fadiga. Observam-se, na maioria das vezes, problemas do sono e diminuição do apetite. Comumente ocorre uma diminuição da autoestima e da autoconfiança, assim como ideias de culpabilidade e ou de indignidade, mesmo nas formas leves.

O humor depressivo varia pouco de dia para dia ou segundo as circunstâncias e pode ser acompanhado de sintomas ditos “somáticos”, como, por exemplo, perda de interesse ou prazer; despertar matinal precoce, várias horas antes da hora habitual de despertar; agravamento matinal da depressão; lentidão psicomotora importante; agitação; perda de apetite, de peso e da libido (OMS, 2008).

No trabalho, os comportamentos mais comuns são:

  • Queda brusca na produtividade;
  • Insatisfação exagerada;
  • Cansaço fora do normal;
  • Picos de irritabilidade, agressividade ou alegria excessivas;
  • Ausência de motivação, reclusão, introspecção e tristeza.

Em uma perspectiva sociocultural, a depressão é compreendida, além de um distúrbio orgânico (hormônios), e assim pode ser expressão de uma inadaptação social ou de um pedido de socorro. Na sociedade atual existe uma legitimação da doença por meio do uso da medicação que perpassa o senso comum e torna-se presente na conduta dos profissionais de saúde. A medicação legitima o sofrimento, contribuindo para a aceitação social de que o depressivo não é louco, nem vagabundo ou fraco de caráter, mas doente e que precisa de ajuda médica.

Claro que tanto os gestores quanto o RH não são especialistas em saúde mental para dar um veredicto, mas como conhecem bem o colaborador fica mais fácil notar as mudanças acima.

A questão é delicada e criar um ambiente que seja saudável e minimize a depressão é um desafio sério que precisa ser encarado de frente. Um elemento importante para ter um bom local de trabalho é o desenvolvimento de estratégias e políticas internas.

Um relatório acadêmico da União Europeia sugere que as intervenções devem ter uma abordagem em três vertentes:

 

  • Proteger a saúde mental reduzindo os fatores de risco relacionados ao trabalho;
  • Promover a saúde mental desenvolvendo os aspectos positivos do trabalho e os pontos fortes dos colaboradores;
  • Abordar os problemas de saúde mental independentemente da causa.

 

Com base nos fatores é possível citar algumas etapas para a criação de um local de trabalho saudável, incluindo:

 

  • Conscientizar as lideranças sobre a importância de ter um ambiente de trabalho sadio, desenvolvendo junto com o time de RH um plano estratégico e tático para promover uma melhor saúde mental para diferentes colaboradores;
  • Compreender as oportunidades e necessidades individuais, ajudando a desenvolver melhores políticas para a saúde mental no local de trabalho;
  • Implementar e aplicar políticas e práticas de saúde e segurança, incluindo a identificação do sofrimento;
  • Envolver os colaboradores na tomada de decisões, transmitindo sensação de controle e participação. Ter práticas organizacionais que apoiam um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional;
  • Desenvolver programas de desenvolvimento de carreira, reconhecendo e recompensando a contribuição dos funcionários;
  • Criar rituais de gestão de pessoas, onde o líder abre espaço para se falar de assuntos como este; e
  • Desenvolver nos colaboradores uma segurança psicológica para que tenham coragem de falar sobre suas vulnerabilidades.

 

O mundo corporativo é muito competitivo e focado somente em resultados, e assuntos de cunho emocional não possuem espaço no dia a dia e não são bem-vindos quando mencionados. As intervenções de saúde mental devem ser realizadas como parte de uma estratégia integrada de saúde e bem-estar que cobre a prevenção, identificação precoce, apoio e reabilitação.

Os serviços ou profissionais de saúde ocupacional podem apoiar a sua organização na implementação dessas intervenções, mas se eles não estiverem disponíveis as mudanças descritas acima precisarão ter ainda mais importância na proteção e promoção da saúde mental.

A chave para o sucesso é envolver as partes interessadas em todos os níveis ao fornecer proteção, promoção e intervenções de apoio.

Sabemos que no final do mês o que conta é meta batida e a perenidade do negócio, mas o trabalho é para ser desafiador e não sofrido. O assunto é sério e não pode ser ignorado!

Por Lisia Prado,  sócia da House of Feelings

 

Fonte: https://www.mundorh.com.br/depressao-no-ambiente-de-trabalho-como-detectar-e-minimizar-os-casos-dentro-da-empresa/

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7 hábitos diários de combate ao estresse

Neste Dia Internacional da Saúde Mental (10/10/2020), saiba quais são as atitudes que podem ajudar a reduzir os riscos de doenças cardiovasculares e da depressão

Tremores, aumento da pressão arterial, insônia, dor de cabeça, irritabilidade e aceleração do ritmo cardíaco. Esses são alguns dos sintomas mais frequentes de um episódio de estresse, problema que afeta mais de 90% da população no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Natália Reis Morandi, psicóloga da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, reforça a importância de inserir hábitos mais saudáveis na rotina diária para evitar problemas graves, como doenças cardiovasculares e depressão, entre outros transtornos.

De acordo com o Ministério da Saúde, o estresse é um dos responsáveis por mais de 130 milhões de infartos no Brasil.

“Apesar de ser uma resposta natural do corpo diante de uma situação de perigo ou de tensão, a manutenção deste estado por longos períodos pode causar danos sérios à saúde, à produtividade e, consequentemente, à qualidade de vida das pessoas”, alerta a especialista.

Como evitar o estresse?

Segundo Natália, é aí que está o problema. “Atualmente, com os estímulos da vida moderna e a rotina acelerada, é muito difícil conseguir escapar de situações que nos deixam estressados. Vale lembrar que a situação atual de pandemia tem ampliado esse estresse e desgaste emocional”, destaca.

O que as pessoas podem fazer, de acordo com a especialista do Hospital São Camilo, é avaliar o que pode ser modificado em suas rotinas para reduzir o problema e fortalecer seu organismo e seus recursos emocionais para enfrentar as situações estressoras que não podem ser alteradas.

Quando a pessoa identificar dificuldade de manejo do estresse, deve procurar ajuda profissional.

A seguir, a psicóloga destaca sete hábitos simples que ajudam a combater o estresse:

Evite se manter em uma situação estressora

Natália explica que sentir raiva é normal, mas a frequência desta emoção pode ser um sintoma negativo e gerar desgaste emocional intenso.

Podemos evitar que ela atinja picos e que nos coloquem em níveis elevados de estresse, mudando o cenário quando isso acontecer para não potencializar e alimentar o sofrimento causado por determinada situação indesejável.

“Procure se acalmar e, após refletir sobre o ocorrido, volte novamente a tentar solucionar e/ou enfrentar determinada situação”, sugere.

Faça exercícios de respiração

A especialista comenta que, sobretudo para quem vive nas áreas urbanas, a poluição sonora associada a momentos de acúmulos de atividades a serem realizadas pode ser um gatilho para o estresse.

“O som dos carros, máquinas e equipamentos eletrônicos, entre outros, que mal percebemos no nosso dia a dia, nos mantêm em alerta permanente, a ponto que fica difícil relaxar”, frisa.

A dica neste caso é reservar alguns minutos para ficar em silêncio. “Feche os olhos, sente-se em uma posição confortável, longe de qualquer barulho, e concentre-se apenas na sua respiração. Inspirar profundamente contando até cinco e expirar, ou realizar uma respiração diafragmática antes de retomar as tarefas diárias pode ser uma solução e promover o relaxamento e alívio do estresse. É importante tentar esvaziar a sua mente e os pensamentos que poderão surgir”, destaca Natália.

Proporcione situações prazerosas

A psicóloga reforça que, diante de uma rotina exaustiva, uma dica para aliviar o estresse é fazer algo que desperte sensações de prazer e relaxamento, Além de manter bons hábitos com a alimentação e a qualidade de sono.

“Ler, se divertir, se distrair, receber uma massagem de 15 minutos, almoçar com um amigo, se presentear, comer algo que goste ou sair da rotina no meio da semana são atividades simples que mantem seu autocuidado físico e emocional, contribuindo para a qualidade da nossa saúde mental”, ressalta.

Repense a regra do “agora”

Avalie suas atividades e responsabilidades diárias e pense: tudo precisa ser resolvido agora? A especialista do Hospital São Camilo lembra que é saudável estabelecer prioridades na realização das tarefas, sejam elas pessoais ou profissionais. A recomendação é avaliar o que é necessário e o que é desejável.

“Negocie prazos possíveis, que você consiga atender com qualidade, ou deixe claro o impacto da pressa na sua entrega. Quando não tentamos refletir e negociar acerca das expectativas dos outros e de si mesmo, as chances de desenvolver um quadro de estresse aumentam.”

Valorize ambientes saudáveis para o trabalho

Se o seu trabalho é entendido como a sua fonte de sofrimento, a profissional recomenda fazer uma sincera avaliação dos motivos pelos quais você continua nele.

“A crise econômica e a falta de emprego não devem tirar a expectativa das pessoas de procurar um ambiente profissional melhor para elas”, diz Natália, fazendo referência à Síndrome de Burnout, que atinge mais de 30% dos brasileiros segundo dados da International Stress Management Association (Isma).

“Especialmente porque as empresas já estão atentas à necessidade de desenvolver boas políticas internas de Recursos Humanos para reter os seus talentos e, primordialmente, precisamos pensar no nosso bem-estar físico, emocional e social para viver com qualidade”, lembra a psicóloga.

Peça ajuda

“Nós somos seres coletivos, não precisamos fazer tudo sozinhos”, afirma. Ela explica que o hábito de pedir ajuda reduz a pressão, amplia o olhar sobre determinada situação, auxilia na promoção de soluções mais assertivas e minimiza o sofrimento. Traz sensações de conforto e aumenta o bem-estar.

Tanto em situações de estresse diárias quanto de crises intensas (doenças, mortes, separações, acidentes, entre outras), a rede de apoio de uma pessoa é fator importante para o enfrentamento do problema. Isso também inclui buscar ajuda profissional.

“Pedir ajuda não é um sinal de fraqueza, precisamos estar atentos aos sentimentos de fracasso e impotência diante destas situações.”

Pratique atividades físicas e ou artísticas

O nosso cérebro é estimulado em áreas diferentes quando estamos praticando esportes, caminhadas (curtas ou longas) e realizando atividades artísticas.

Ao movimentar o corpo, reduzimos os hormônios causadores do estresse, como o cortisol, e liberamos endorfina. Dessa forma, promovemos melhora do humor e da qualidade do sono.

Portanto, a psicóloga recomenda caminhar, praticar esportes ou realizar alguma atividade que gere prazer e bem-estar para criar um hábito saudável que ajude a reduzir sintomas de estresse, irritabilidade, cansaço e ansiedade.

Cantar, dançar, fotografar, cozinhar ou pintar podem ser boas opções. “Descubra o seu talento e explore coisas que goste de fazer”, finaliza.

 

Fonte: https://www.mundorh.com.br/7-habitos-diarios-de-combate-ao-estresse/

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