Precisamos planejar para onde queremos ir, qual e que tipo de empresa queremos trabalhar e principalmente como será esse novo momento da vida profissional
A pandemia fez muita gente repensar sua vida, desde relacionamentos, amizades, até o rumo profissional que a vida nos levou. As questões sobre sustentabilidade e uma sociedade mais justa se tornaram assuntos frequentemente comentados e isso levou pessoas a decidirem fazer uma transição de carreira.
Porém, para outras pessoas essa mudança já havia ocorrido há alguns anos. Nathalie Gil, que é Líder de Experiência e Relacionamento na Positiv.a e Diretora de Desenvolvimento na Sea Shepherd no Brasil, passou por uma mudança de carreira em busca de propósito há um pouco mais de um ano. Enquanto Paula Gusmão, após mais de dez atuando no mercado financeiro, mudou totalmente de área para se tornar líder em um grande e-commerce. Julyanna Costa também atuou no ramo financeiro, mas depois de 18 anos decidiu mudar de área para conectar sua carreira com seus valores.
Nathalie é formada em Comunicação Social e pós-graduada em Consumo Aplicado, Filosofia e Desenvolvimento Internacional. Trabalhou em agências de comunicação por 14 anos, sendo por sete anos no Brasil e durante sete anos em Londres, depois atuou em uma startup de pesquisa ainda em Londres, a BAMM, construindo com eles no time de liderança por três anos.
Ela conta que teve uma crise e se demitiu da BAMM, após uma jornada extensa de desconexão entre sua essência de querer entender o mundo para poder impactá-lo positivamente e trabalhar em empresas que impulsionavam o consumismo desenfreado. Após isso, tirou um ano sabático, quando teve a experiência de morar embarcada por meses em um navio da ONG de conservação marinha Sea Shepherd. Esta experiência confirmou seu desejo de trabalhar com sustentabilidade e conservação, o que, somado à pandemia, a trouxe de volta ao Brasil, onde hoje atua na Positiv.a, empresa B que cria soluções para cuidar da casa, do corpo e da natureza, e na Sea Shepherd no Brasil, ONG que defende, conserva e protege oceanos e a vida selvagem marinha.
Paula Gusmão, CEO da eÓtica, maior e commerce de óculos do Brasil, sempre teve o sonho de empreender e seguir o objetivo – e sonho – de tocar seu próprio negócio. Formada pela Fundação Getúlio Vargas em Administração e Stockholm School of Economics na Suécia, Paula passou por empresas, como Netshoes e Grupo Pão de Açúcar – durante essas experiências coordenou a equipe de Marketplace e B2B e esteve à frente de projetos como lançamento do primeiro Marketplace do Brasil, Copa do Mundo Netshoes, Lojas Parceiras NBA, Mizuno, UFC entre outros. Com mais de dez anos no mercado financeiro, Paula foi, por muito tempo, a única mulher do time e enfrentou o preconceito de um ambiente majoritariamente masculino. Em 2017, assumiu o cargo de Diretora Online na ESSILOR Latam no começo de 2017 e hoje é a líder no e-commerce.
Julyanna Costa é formada em administração de empresas e pós-graduada em gestão de varejo, planejamento estratégico, empreendedorismo e negócios sociais. Trabalhou durante 18 anos no mercado financeiro, gerenciando carteiras com público de pessoas jurídicas. Neste mercado, ela percebia que o principal objetivo era a geração de lucro para os acionistas. Chegou um momento da carreira em que ela começou a repensar e percebeu que não tinha mais sentido continuar nesta profissão porque seus valores pessoais conflitavam com os valores profissionais. Foi então que ela saiu do mercado e começou a estudar para prestar concurso público na intenção de poder contribuir mais para a sociedade.
Esse estudo despertou um interesse sobre os problemas sociais que estão presentes na nossa sociedade. Julyanna então começou a fazer trabalho voluntário e conhecer diferentes instituições. Ela percebeu que poderia juntar toda sua experiência profissional para apoiar essas instituições sociais com iniciativas de empreendedorismo.
“Eu fiz uma real imersão neste mundo das questões sociais e socioambientais. Decidi iniciar uma nova pós voltada para empreendedorismo e gestão de negócios e percebi um grande abismo entre duas pontes. De um lado, empresas que visavam unicamente o lucro e, do outro lado, as organizações sociais que trabalhavam com seu propósito sem recursos financeiros. A partir disso, entendi meu papel de unir esses dois mundos”, explica Julyanna.
Ela começou a fazer projetos com empresas, se tornou multiplicadora do SistemaB Brasil, uma ong internacional que certifica empresas que geram Impacto positivo por meio de seus negócios e embaixadora do Instituto Capitalismo Consciente. Criou a Impacta Mundi, uma consultoria que permite que empresas implementem em todas as atividades impacto positivo para a sociedade. Julyanna explica que hoje consegue trabalhar com seu propósito de levar uma economia mais justa, promovendo a redução da desigualdade social por meio das relações econômicas. Com sua consultoria já impactou diversas empresas como a Positiva, além de coworking, construtora, escritório de advocacia, entre outras.
Fonte: https://www.mundorh.com.br/inspiracao-3-mulheres-que-mudaram-de-carreira-em-busca-de-proposito/